29 agosto 2010

Serra Presidente - Programa de 28/08 (noite)

27 agosto 2010

O crime continuado do PT


via www.estadao.com.br em 27/08/10

- O Estado de S.Paulo

Foi preciso uma decisão judicial, tomada na terça-feira, para que o vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge Caldas Pereira, pudesse exercer o direito elementar de acesso ao inquérito instaurado na Corregedoria-Geral da Receita para apurar a devassa nas suas declarações de renda - cópias das quais foram parar em mãos de pessoas ligadas à campanha da candidata petista Dilma Rousseff. E só assim o País ficou sabendo, já tardiamente, que o sigilo fiscal de outros contribuintes também foi quebrado na mesma ocasião, com a mesma sórdida intenção de atingir o candidato tucano ao Planalto, José Serra.
Em 16 minutos, na hora do almoço do dia 8 de outubro de 2009, na delegacia do Fisco em Mauá, na Grande São Paulo, foram abertas e impressas as declarações do ministro das Comunicações no governo Fernando Henrique, Luiz Carlos Mendonça de Barros; do arrecadador informal da campanha de Serra ao Senado em 1994 e em seguida diretor da área internacional do Banco do Brasil, Ricardo Sérgio de Oliveira; e do empresário Gregorio Marin Preciado, casado com uma prima de Serra.
Os sistemas de controle da Receita identificaram como pertencendo à analista fiscal Antonia Aparecida Neves Silva a senha utilizada para a invasão no computador da servidora Adeilda Ferreira dos Santos. Antonia, contra quem foi aberto processo administrativo, admitiu ter passado a senha a Adeilda e a outra colega, Ana Maria Caroto Cano. Todas negam envolvimento no caso. O processo depende de uma perícia que não tem data para terminar. É incerto igualmente se aparecerão os nomes dos autores e mandantes do crime. Se aparecerem, não será antes da eleição.
O que parece fora de dúvida é que a devassa foi ordenada de dentro do apparat petista para a formação de um dossiê a ser eventualmente usado contra Serra, conforme revelado pela Folha de S.Paulo, que teve acesso ao material. Na campanha de 2006, quando ele concorria ao governo paulista, o coordenador da campanha do então candidato ao Senado pelo PT, Aloizio Mercadante, envolveu-se com a malograda tentativa de um grupo de companheiros de comprar uma papelada para atacar o tucano. Eles foram presos em flagrante com uma bolada de dinheiro. O presidente Lula limitou-se a chamá-los de aloprados.
Não se sabe se desta vez também há dinheiro envolvido na sujeira afinal desmascarada. Ainda que haja, deve ter prevalecido na montagem da operação o mais autêntico espírito partidário do vale-tudo para tomar e permanecer no poder, como, por palavras e atos, o próprio Lula ensina sem cessar à companheirada. Esse espírito está na origem do mensalão, do escândalo dos aloprados e das demais baixarias que vieram à tona nestes 8 anos. Do PT se pode dizer, parafraseando uma citação clássica, que nada esqueceu e nada deixou de aprender em matéria de vilania política.
Aprendeu, sobretudo, que os fins não apenas justificam os meios, mas dependem de meios eficazes para ser alcançados. O principal deles é o controle - no sentido mais raso do termo - da máquina pública. Dos muitos objetivos a que serve o aparelhamento do Estado, um dos mais importantes é criar um disseminado e leal "exército secreto", como já se escreveu nesta página, pronto para fazer os trabalhos sujos que dele se demandem. A ordem tanto pode partir dos mais altos escalões do governo ou do partido como resultar da iniciativa de indivíduos e grupos que conhecem as regras do jogo na casa e sabem a quem recorrer numa ou em outra circunstância.
No caso da violação do sigilo fiscal de pessoas ligadas ao PSDB e a Serra, é até possível que Dilma só viesse a saber dela quando já estava em curso ou depois de escancarada. O que teria sido possível graças a inconfidências de membros da campanha em conflito com o setor de onde parece ter partido a decisão de arrombar o cofre de informações da Receita. Mas, na ordem das coisas que contam, o essencial, o assustador, é que se constituiu no governo uma rede de agentes que a qualquer momento pode funcionar como uma organização criminosa.
Essa estrutura, que se nutre do próprio Estado em que se encastelou, só deverá se fortalecer com a provável vitória da candidata presidencial do PT.

Para ler, ver e ouvir com um crucifixo da mão!

via Reinaldo Azevedo | VEJA.com de Reinaldo Azevedo em 27/08/10

Demorei um pouco para voltar, né? Por bons motivos, creiam. Vamos lá.
Vocês sabem que os petistas, liderados pelo camarada Franklin Martins — aquele que ri quando aborda a execução de um inocente seqüestrado — querem acabar com o que chamam poder da imprensa tradicional. O PT gosta de poderes não-tradicionais, como o de Edir Macedo, por exemplo, o auto-intitulado "bispo" da igreja que ele próprio criou, a Universal do Reino de Deus. Macedo também é o dono da Rede Record, que o PT considera exemplo de bom jornalismo.
A frase é minha: "O PT é a Igreja Universal da política, e a Igreja Universal é o PT da religião". Esses dois "entes" têm uma maneira muito parecida de conquistar os seus "fiéis", além da identidade de pontos de vista. O que vocês verão abaixo é absolutamente chocante, mas poderia servir de norte moral para as "feministas" do PT, que defendem o aborto. Aliás, Dilma também defende. Deu entrevistas expressando o seu ponto de vista. Na campanha, está escondendo a sua posição. Vejam trecho de uma palestra de Macedo. É assustador. Se não quiserem ver tudo, transcrevo trechos de sua fala em vermelho e comento.
0s-3s - "Eu ADORO (sic) falar sobre aborto, planejamento familiar"
Bem, alguém que diz "adorar" falar sobre aborto se define, não? Mais: aborto não é considerado uma forma de planejamento familiar em nenhum lugar do mundo. Ao contrário: ele decorre justamente da falta de planejamento.
Macedo desenvolverá a tese, que certa vigarice economicista andou abraçando, segundo a qual a legalização do aborto eleva a qualidade de vida das sociedades, diminui a violência etc. Ainda que fosse verdade, é o caso de considerar que há um monte de idéias imorais que "funcionam". Que tal eliminar, por exemplo, todos os portadores de uma doença infecto-contagiosa? Não duvidem de que o "problema" estará resolvido. Que tal suspender o tratamento de doenças crônicas de pessoas que já não são mais economicamente ativas? Vamos economizar bastante — e alguém ainda poderá dizer que investir nos jovens é muito mais "produtivo". Esse raciocínio — de Macedo, de certos indecorosos que falam "enquanto economistas" e, no caso, dos abortistas de maneira geral — nada mais é do que a justificação do mal.  Na defesa de sua tese, afirma este homem de Deus entre 10s e 20s  que o aborto nos conduz a uma sociedade com
"(…) menos violência (!!!), menos morte (!!!), menos mortalidade infantil (!!!), menos doenças (!!!), menos, enfim, todo o mal (!!!) que nós temos visto em nossa sociedade"
Impecável! Se a gente mata os fetos, é certo que haverá menos mortalidade infantil, não é mesmo? Macedo defende o aborto porque ele quer "menos violência" — logo, aborto não é violência. Ele quer "menos morte" — logo, o aborto não é "morte"… Como aborto também não é vida, então ele não é nada! Para este pastor de almas, não deve haver diferença entre um feto e gases intestinais.
2min25 - Quando você casa, você tem um empreendimento. Quando você tem um filho, você entra em outro empreendimento (!)
Não faltará pensador vagabundo no Brasil que verá nessa fala de Macedo, que chama filho de "empreedimento", ecos de Max Weber e do "espírito protestante e a ética do capitalismo". Não! Isso não é Weber, não! Trata-se de algo bem mais antigo…
4min - Eu pergunto: "O que é melhor? Um aborto ou uma criança mendigando, vivendo num lixão?" O que é melhor? A Bíblia fala que é melhor a pessoa não ter nascido do que ter nascido e viver o inferno. Eu sou a favor do aborto, sim. E digo isso alto e bom som, com toda a fé do meu coração". E não tenho medo nenhum de pecar. E, se estou pecando, eu comento este pecado consciente. Se, eu não acredito nisso. É uma questão de inteligência, nem de fé. Lá em Nova York, depois que foi promovida a lei sobre o aborto, a criminalidade diminuiu assustadoramente. Por quê? Porque deixou de nascer criança revoltada criminalidade diminuiu (…)
Vamos lá:
- Vamos à primeira indagação: qualquer ser humano decente tem apenas uma resposta: melhor é a vida! Como ela é remediável, será sempre superior às coisas sem remédio, como a morte — em especial a morte de quem não pode se defender. A defesa do aborto é um absurdo lógico, derivado de uma imoralidade essencial: só um vivo pode fazê-la, se que é me entendem.
- É mentira! A Bíblia não endossa o aborto coisa nenhuma. Macedo tem em mente este trecho:
"Se o homem gerar cem filhos, e viver muitos anos, e os dias dos seus anos forem muitos, e se a sua alma não se fartar do bem, e além disso não tiver sepultura, digo que um aborto é melhor do que ele".
O "bispo" faz uma alusão estúpida, bucéfala, ignorante e rasteira ao Eclesiastes (6,3). É no que dá uma teologia mais jovem do que o uísque que eu bebo. Afirmar que há, no trecho, endosso ao aborto é pura delinqüência teológica e bíblica. O aborto é empregado apenas como um extremo da fealdade. Não há endosso. É o exato oposto,  Macedo!!!. Aprenda a ler, sujeito!!! Apela-se ao extremo, ao nefando, só para encarecer as dificulddes de uma vida sem Deus.
Essa história da queda do crime em Nova York por causa da legalização do aborto é uma das bobagens do livro "Freakonomics", de Steven Levitt e Stephen J. Dubner. Já se provou que o erro da tese se sustenta também num erro de conta. Pesquisem a respeito. Boa parte das afirmações desses dois, diga-se, se sustenta numa falha lógica já apontada pelos escolásticos, cuja síntese é esta, em latim: "Post hoc, ergo propter hoc" - ou seja: "Depois disso; logo, por causa disso". Como a queda na criminalidade se seguiu à legalização do aborto, então ela aconteceu POR CAUSA da legalização. A verdadeira revolução da política de segurança da cidade não deve ter tido nenhuma influência, não é mesmo? Ora, seria o caso de tentar explicar por que, por exemplo, imigrantes que chegam de países que vivem numa verdadeira anomia social se tornam respeitadores da lei em Nova York… Não deve ser por causa do aborto. Deve ser porque as leis funcionam.
Macedo, de todo modo, é mesmo um revolucionário da religião. Num livro aí que escreveu, chamou os antigos hebreus de "cristãos". No dia 13 de outubro de 2007, ele concedeu uma entrevista à Folha. Leiam uma pergunta e uma resposta:
FOLHA - Alguns políticos então da base da Igreja Universal, como o bispo Rodrigues, foram atingidos em cheio pelos escândalos do primeiro mandato de Lula. A corrupção não é um pecado imperdoável?
MACEDO -
Jesus ensina que o único pecado imperdoável é a blasfêmia contra o Espírito Santo. Para os demais, há perdão se houver arrependimento.
Entendi!
- O Deus de Macedo pode perdoar os culpados, mas não perdoa os fetos inocentes.
- O Deus de Macedo pode perdoar alguém que já pecou, mas é favorável à eliminação prévia de alguém que, segundo ele, corre o risco de pecar.
- Assim, para que possa continuar a perdoar os pecadores, o Deus de Macedo prega a eliminação dos puros.
Macedo  se tornou a grande referência dos petistas em duas  áreas: a verdadeira Lula News é a TV Record. A de Franklin dá traço; a de Macedo tem alguns telespectadores.  E ele é também um guia espiritual do partido, especialmente do seu "coletivo de mulheres", ou algo assim, que se mobilizou há dias para defender, junto à candidatura Dilma, uma vez mais, a legalização do aborto. Legalização a que ela já se disse favorável.
Uma outra revolução já está sendo gestada, esta na cultura: Tiririca tem tudo para ser o norte estético do poder caso Dilma se eleja. Afinal, na arte da representação, ele é tão requintado quanto é Macedo nos mistérios da teologia.

25 agosto 2010

CATEQUESE DO PAPA: SANTO AGOSTINHO, A BUSCA DA VERDADE E O SILÊNCIO

CATEQUESE DO PAPA: SANTO AGOSTINHO, A BUSCA DA VERDADE E O SILÊNCIO


Intervenção na audiência geral desta quarta-feira

CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 25 de agosto de 2010 (ZENIT.org) – Apresentamos o discurso de Bento XVI na audiência geral desta quarta-feira, no pátio da residência pontifícia de Castel Gandolfo, em que, na presença dos peregrinos, o Papa falou sobre Santo Agostinho, a busca da Verdade e a importância do silêncio.
* * * 
Caríssimos irmãos e irmãs,
na vida de cada um de nós existem pessoas muito queridas, que sentimos particularmente próximas, algumas já estão nos braços de Deus, outras ainda partilham conosco o caminho da vida: são os nossos pais, os parentes, os educadores, as pessoas a quem fizemos bem ou de quem recebemos o bem; são pessoas com quem sabemos que podemos contar. É importante, entretanto, ter também alguns “companheiros de viagem” no caminho de nossa vida cristã: penso no Diretor espiritual, no Confessor, nas pessoas com quem se pode compartilhar a experiência de fé, mas penso também na Virgem Maria e nos Santos. Todos devem ter algum santo que lhe seja familiar, para senti-lo próximo por meio da oração e intercessão, mas também para imitá-lo. Gostaria de convidar, então, a um maior conhecimento dos Santos, começando por aquele de quem se leva o nome, lendo sua vida, seus escritos. Tenham certeza de que eles se tornarão bons guias para amar ainda mais o Senhor e uma válida ajuda para o crescimento humano e cristão.
Como sabem, eu mesmo estou ligado de modo especial a algumas figuras dos Santos: entre eles, estão São José e São Bento, de quem levo o nome, e outros, como Santo Agostinho, que tive o grande dom de conhecer, por assim dizer, muito de perto, através do estudo e da oração, e que se tornou um bom “companheiro de viagem” na minha vida e no meu ministério.
Gostaria de sublinhar uma vez mais um aspecto importante da sua experiência humana e cristã, atual mesmo em nossa época, em que parece que o relativismo é, paradoxalmente, a “verdade” que deve guiar o pensamento, as escolhas, os comportamentos. Santo Agostinho é um homem que nunca viveu com superficialidade; a sede, a busca inquieta e constante da Verdade é uma das características fundamentais de sua existência; não, porém, das “pseudo verdades” incapazes de levar paz duradoura ao coração, mas daquela Verdade que dá sentido à existência e é “a morada” em que o coração encontra serenidade e alegria.
O caminho dele não foi fácil, nós sabemos: pensava em encontrar a Verdade no prestígio, na carreira, na posse das coisas, nas vozes que lhe prometiam felicidade imediata; cometeu erros, atravessou a tristeza, enfrentou insucessos, mas nunca parou, nunca se satisfez com aquilo que lhe dava apenas um vislumbre de luz; soube perscrutar o íntimo de si e percebeu, como escreve nas Confissões, que aquela Verdade, que o Deus que buscava com suas próprias forças era mais íntimo de si que ele próprio, ele sempre esteve ao seu lado, nunca o tinha abandonado, estava à espera de poder entrar de modo definitivo na sua vida (cf. III, 6, 11; X, 27, 38). Como dizia ao comentar o recente filme sobre sua vida, Santo Agostinho compreendeu, em sua busca inquieta, que não era ele quem havia encontrado a Verdade, mas a própria Verdade, que é Deus, tinha-o buscado e encontrado (cf. L’Osservatore Romano, quinta-feira, 4 de setembro de 2009, p. 8). Romano Guardini, comentando uma passagem do terceiro capítulo das Confissões, afirma: Santo Agostinho percebe que Deus é “glória que se ajoelha, bebida que mata a sede, o amor que traz felicidade, [... ele era] a pacificante certeza de que finalmente tinha compreendido, mas também a beatitude do amor que sabe: isto é tudo e me basta” (Pensatori religiosi, Brescia 2001, p. 177).
Também nas Confissões, no livro nono, nosso Santo reporta uma conversa com a mãe, Santa Mônica, cuja memória se celebra na próxima sexta-feira, depois de amanhã. É uma cena muito bonita: ele e sua mãe estão em Ostia, em um hotel, e da janela veem o céu e o mar, transcendem céu e mar, e por um momento tocam o coração de Deus no silêncio das criaturas. E aqui surge uma ideia fundamental no caminho para a Verdade: as criaturas devem silenciar, deve prevalecer o silêncio, em que Deus pode falar. Isso é verdade ainda mais em nosso tempo: há uma espécie de medo do silêncio, do recolhimento, do pensar as próprias ações, do sentido profundo da própria vida, frequentemente se prefere viver o momento fugaz, iludindo-se de que traz felicidade duradoura, prefere-se viver assim pois parece mais fácil, com superficialidade, sem pensar; há medo de buscar a Verdade ou talvez haja medo de que a Verdade seja encontrada, que agarre e mude a vida, como aconteceu com Santo Agostinho.
Caríssimos irmãos e irmãs, gostaria de dizer a todos, também àqueles que vivem um momento de dificuldade no seu caminho de fé, aos que participam pouco da vida da Igreja ou aos que vivem “como se Deus não existisse”, que não tenham medo da Verdade, não interrompam o caminho para ela, não deixem de buscar a verdade profunda sobre si e sobre as coisas, com os olhos interiores do coração. Deus não falhará em oferecer a Luz para fazer ver e Calor para fazer sentir, ao coração que ama e que deseja ser amado.
A intercessão da Virgem Maria, de Santo Agostinho e de Santa Mônica os acompanhe neste caminho.
[Traduzido do original italiano por Alexandre Ribeiro.
Após a audiência, o Papa dirigiu-se aos peregrinos em diferentes idiomas. Em português, disse:]
Queridos peregrinos vindos do Brasil e de Portugal, a minha saudação amiga para todos vós, em especial para os grupos paroquiais de Unhos, Catujal e Viseu. Recordamos nestes dias Santo Agostinho e sua mãe, Santa Mônica, testemunhas de como Jesus Cristo Se deixa encontrar por quantos O procuram. E, com Ele, a vossa vida não poderá deixar de ser feliz.
[© Copyright 2010 - Libreria Editrice Vaticana]

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A 'mexicanização' em marcha

via www.estadao.com.br em 24/08/10

Bolívar Lamounier* - O Estado de S.Paulo

O processo sucessório presidencial em curso comporta dois cenários marcadamente assimétricos, conforme o vencedor seja José Serra ou Dilma Rousseff. Se for José Serra, não é difícil prever a cerrada oposição que ele sofrerá por parte do PT e dos "movimentos sociais", entidades estudantis e sindicatos controlados por ele - e, provavelmente, do próprio Lula. Se for Dilma Rousseff - como as pesquisas estão indicando -, o cenário provável é a ausência, e não o excesso, de oposição.
Para bem entender esta hipótese convém levar em conta dois fatos adicionais.
Primeiro, o cenário Dilma não se esgota na figura da ex-ministra. Ele inclui, entre os elementos mais relevantes, o controle de ambas as Casas do Congresso Nacional pela dupla PT e PMDB. Inclui também uma entidade institucional inédita, personificada por Lula. Semelhante, neste aspecto, a um aiatolá, atuando de fora para dentro do governo, Lula tentará, como é óbvio, influenciar o conjunto do sistema político no sentido que lhe parecer conveniente ao governo de sua pupila ou a seus próprios interesses. Emitirá juízos positivos ou negativos, em graus variáveis de sutileza, sobre medidas tomadas pelo governo e regulará não só o comportamento da base governista no Congresso, mas também os movimentos de sístole e diástole da "sociedade civil organizada" - entendendo-se por tal os sindicatos, segmentos corporativos e demais organizações sensíveis à sua orientação.
O segundo fato a considerar é a extensão da derrota que Lula terá conseguido impor à oposição. Claro, a eventual derrota será também consequência das ambiguidades, das divisões e dos equívocos da própria oposição, mas o fator determinante será, evidentemente, a ação de Lula e do esquema de forças sob seu comando. Deixo de lado, por óbvio, as condições econômicas extremamente favoráveis, o Bolsa-Família, a popularidade do presidente, etc.
José Serra ficará sem mandato até 2012, pelo menos. No Senado - a menos que sobrevenha alguma reorganização das forças políticas -, Aécio Neves fará parte de uma pequena minoria parlamentar, situação em que ele dificilmente exercerá com desenvoltura as suas habilidades políticas.
Nos Estados, os governadores eventualmente eleitos pelo PSDB, sujeitos ao torniquete financeiro do governo federal, estarão igualmente vulneráveis ao rolo compressor governista. Longe de mim subestimar lideranças novas, como a de Beto Richa, no Paraná, e a de Geraldo Alckmin, em São Paulo. Mas não é por acaso que Lula já se apresta a batalha por São Paulo, indicando claramente a sua disposição de empregar todo o arsenal necessário a fim de reverter o favoritismo tucano neste Estado.
Resumo da ópera: no cenário Dilma, o conjunto de engrenagens que Lula montou ao longo dos últimos sete anos e meio entrará em pleno funcionamento, liquidando por certo período as chances de uma oposição eficaz. A prevalecer tal cenário, parece-me fora de dúvida que a democracia brasileira adentrará uma quadra histórica não isenta de riscos.
É oportuno lembrar que o esquema de poder ora dominante abriga setores não inteiramente devotados à democracia representativa, adeptos seja do populismo que grassa em países vizinhos, seja de uma nebulosa "democracia direta", que de direta não teria nada, pois seus atores seriam, evidentemente, movimentos radicais e organizações corporativas. Claro indício da presença de tais setores é a famigerada tese do "controle social da mídia", eufemismo para intervenção em empresas jornalísticas e imposição de censura prévia.
Na Primeira República (1889-1930), a "situação" - ou seja, os governantes e seus aliados nos planos federal e estadual - esmagava a oposição. Foram poucas e parciais as exceções a essa regra. Mas a estratégia levada a cabo por Lula está indo muito além. É abrangente, notavelmente sagaz e tem um objetivo bem definido: alvejar em cheio a oposição tucana. Para bem compreendê-la seria mister voltar ao primeiro mandato, ao discurso da "herança maldita", sem precedente em nossa História republicana no que se refere ao envenenamento da imagem do antecessor; à anistia, retoricamente construída, a diversos corruptos e até a indivíduos que se aprestavam a cometer um crime - os "aloprados"; e aos primórdios da estratégia especificamente eleitoral, ao chamado confronto plebiscitário, em nome do qual ele liquidou no nascedouro toda veleidade de autonomia por parte de quantos se dispusessem a concorrer paralelamente a Dilma Rousseff. A Ciro Gomes Lula não concedeu sequer a graça de uma "sublegenda", para evocar um termo do período militar.
Para o bem ou para o mal, a única oposição político-eleitoral potencialmente capaz de fazer frente ao rolo compressor lulista é a aliança PSDB-DEM-PPS. No horizonte de tempo em que estou pensando - digamos, os próximos quatro anos -, não há alternativa. Portanto, a operação a que estamos assistindo, com seu claro intento de esterilizar ou virtualmente aniquilar essa aliança, coloca-nos nas cercanias de um regime autoritário.
Sem a esterilização ou o aniquilamento político-eleitoral da mencionada coalizão, não há como cogitar de um projeto de poder hegemônico, de longo prazo e sem real alternância de poder. A esterilização pode resultar de uma estratégia deliberada por parte do comando político existente em dado momento, de uma conjunção de erros, derrotas e até fraquezas das próprias forças oposicionistas - ou de ambas as coisas.
Sociologicamente falando, não há funcionamento efetivo da democracia, quaisquer que sejam os arranjos constitucionais vigentes, num país onde não exista uma oposição eleitoralmente viável. Haverá, na melhor das hipóteses, um autoritarismo disfarçado, um "chavismo branco" ou, se preferem, um regime mexican style - aquele dominado durante seis décadas pelo PRI, o velho Partido Revolucionário Institucional mexicano.

*CIENTISTA POLÍTICO

Cadê a direita no Brasil?

via Reinaldo Azevedo | VEJA.com de Reinaldo Azevedo em 23/08/10

Dilma agora posa (Emir Sader escreveria "pousa") de conservadora. Este blog tem amor pelo pensamento e não teme textos longos. Então eu os convido a ler o que segue com atenção. Enquanto caminham, perguntem-se a si mesmos por que o PT está tomando até as bandeiras ditas "conservadoras". No fim de tudo, uma surpresa (para alguns ao menos).
*
Muitos leitores me perguntam - alguns de boa fé; outros nem tanto: "Cadê a direita no Brasil? Onde está a direita?" Poderia me fazer de leso e escrever: "Não sei por que me perguntam isso". Mas eu sei por que me perguntam isso. É que me identificam com esse pensamento, que alguns pretendem seja uma pecha. "Direitista" vira sinônimo, em certos casos, de pessoa com quem não vale a pena conversar. Seu nome fica maldito até para participar de debate de TV. O sujeito diz: "Ah, não! Com esse cara não dá para debater". Por quê? Medo de que você enfie o dedo no olho dele? Não! Receio de ver exposta e desmascarada a demagogia. Mas não quero me desviar. Eu não fujo das palavras. Se querem me chamar de "direitista" num país em que até Gengis Khan se diria "de centro", tudo bem por mim. Não dependo, nem íntima nem socialmente, do olhar do "outro". Sou um freudiano da gota serena: o único olhar que importa, lá na infância,  e decide "você será isso" é o da mãe. No meu caso, já está decidido, hehe. Tarde demais para mudar.
Prefiro perguntar: "Onde estão os conservadores?", já que a outra palavra, que a mim não me incomoda, a tantos perturba. Com tempo, isso merece um ensaio longo e profundo sobre a formação das mentalidades no Brasil. Sem dúvida, o PT é um partido que traz consigo toda a tralha antidemocrática do bolchevismo. No que se modernizou, tornou-se uma mistura de organização gramsciana com a mais descarada pilantragem. Nos dois casos, a democracia continua a ser um valor tático apenas. Alguns tontos me atribuem a suposição - PORQUE INTERESSA TRATAR O OUTRO DE IDIOTA PARA ESCONDER A PRÓPRIA BURRICE - de que os petistas um dia dariam "o" golpe! Ora, vão plantar batatas!
O "golpe" está sendo dado todos os dias, um pouco por dia, minando e desmoralizando as instituições do estado; em alguns casos, substituindo-as por instrumentos partidários. O tal Programa Nacional-Socialista (by Vanguarda Popular) dos Direitos Humanos é o quê? Ali, Paulo Vannuchi, Dilma Rousseff e Tarso Genro propuseram nada menos do que a substituição da Justiça por uma espécie de tribunal popular para arbitrar invasões de terra - e o invasor opina e vota! Como está lá, a estrovenga não existe em lugar nenhum do mundo. Nem em Cuba - aliás, em Cuba, o estado não admite qualquer forma de contestação, não é?
Pedir a ex-terroristas - lamento por eles e pelas vítimas de suas respectivas organizações: dois deles são ex-terroristas - que elaborem um plano de direitos humanos é como pedir, tentarei ser delicado, a açougueiros que elaborem o cardápio do bom vegetariano. É "direitista" dizer isso? Eu considero apenas realista. E sempre se pode debater se as ações da VAR-Palmares (Dilma) e da ALN (Vannuchi) eram só "resistência à ditadura". já que se supõe que quem combate a ditadura quer democracia…  Mas continuo.
O PT, sem dúvida, no que concerne à política e a valores sociais - e também morais -, é "de esquerda". A forma como aparelha o estado e mobiliza suas franjas nos movimentos sociais e nas ONGs para tornar influentes seus valores ecoa a mais cara tradição do AGITPROP comuna. E seus vogais estão espalhados em todos os lugares, muito especialmente nas universidades e na imprensa. Servem ao partido, muitas vezes, confundindo a própria ignorância com bom coração!
Mas o PT é "esquerdista" em economia? Ora, não me façam gargalhar!
Nesta segunda, o bilionário José Alencar recebe o título de petista honorário em Minas, no esforço do partido para atropelar Aécio Neves - que talvez tenha sonhado um dia ser poupado - e criar um palanque poderoso para Dilma no Estado. Só falta agora fazer o mesmo com o leninista Henrique Meirelles, presidente do Banco Central e candidato de Lula, ao menos de coração, a vice da candidata petista.
Afirmar que o PT é esquerdista em economia é de uma estupidez supina! E QUE SE DIGA: FELIZMENTE NÃO É!!! O que tem sido por muitos chamado de "esquerdização" - a crescente interferência do estado na economia - não tem nada de esquerda propriamente. Mais se parece com um "geiselismo" sob nova gerência. E a expansão estatal, como é notório, se dá em associação com grandes grupos privados. Isso, atenção!, só é "esquerdista" à medida que aumenta o poder do partido.
Esquerdista agora põe um banco público, como o BNDES, para financiar a formação de gigantes privadas no setor petroquímico ou elétrico? Ora, não me façam cair na gargalhada. E, por óbvio, isso também não é, assim, liberal, né? E o Bolsa Família? O que há de esquerdista nele? Se fosse executado sem a pilantragem populista, eu diria que se trata de um caro receituário "conservador". "Conservador de quê?", pergunta um comuna aflito. Da ordem econômica!!! O que resta de extrema esquerda no Brasil tem razão quando afirma, segundo o seu exclusivíssimo e vesguíssimo ponto de vista, que se trata de um "programa reacionário".
Ora, no mundo contemporâneo, as divisões entre direita e esquerda não se dão mais no terreno da economia. O PT sabe que não fará a "revolução socialista". Nesses quase oito anos, o partido compôs com uma boa fatia do PIB - em todos os setores  - e também soube conceder, junto com o Bolsa Família, o Bolsa Empreiteira, o Bolsa Banqueiro, o Bolsa Supermercado, o Bolsa Indústria Automobilística, o Bolsa Linha Branca… Uma publicidade da Honda faz propaganda PESSOAL de Guido Mantega! O entusiasmo da, vou usar uma palavra antiga, "burguesia" com Dilma é grande. Ela promete manter esse, como posso escrever?, "regime". Caso eleita, não vai conseguir. Mas promete.
A DISPUTA
Pode-se, claro, também nos marcos do capitalismo, construir um modelo diferente desse que aí está. Mas nada que sacuda o país e, pensando no tema deste texto, o eleitorado. Nos EUA, na velha Europa ou aqui, "direita" e "esquerda", "conservadores" e "progressistas" vão para o confronto em matérias que dizem respeito a valores sociais, à cultura democrática, às instituições. Vejam o que aconteceu e o que está acontecendo com Obama. Falarei sobre o Tea Party, sim. Mas em outro texto.
Os leitores deste blog sabem que nada do que se dá nos EUA é surpreendente. Os conservadores, a direita e a "extrema direita religiosa", como gosta de escrever a nossa imprensa, acusam Obama e seu governo de "socialistas". A palavra serve de grito de guerra, mas, obviamente, o termo não encontra correspondência na realidade. Obama está começando a quebrar a cara é mesmo na guerra de valores. PORQUE, DE FATO, EXISTEM CONSERVADORES NOS EUA! COMO EXISTEM NO BRASIL! Mas, lá, a sua existência é considerada uma precondição da democracia. Na fatia da imprensa brasileira que está em decadência (embora alguns políticos ainda não tenham percebido), conservador - ou direitista - é sinônimo de cão sarnento.
O confronto de valores pode ser feito aqui também. Dia desses, um amigo - que considero "conservador" - me disse algo assim: "Você acha que, no Brasil, com a pobreza e as carências que há por aí, um discurso conservador poderia sem bem-sucedido? Duvido!" Pois é… Até nas melhores cabeças, o mal se insinua. Desde quando medidas de esquerda ajudam a combater a pobreza? Onde e quando, no mundo, a esquerda soube  erradicar a miséria? Esquerdista não mobiliza ninguém. Para ficar no Brasil: o que Lula fez foi revestir medidas que seriam típicas de governos conservadores com um verniz POPULISTA. Mesmo desprezando, como desprezo, as teses de esquerda, é um desrespeito com a teoria chamar coisas como Bolsa Família e ProUni de "esquerdistas". Esse equívoco conduz a outro: "conservadores" seriam incapazes de adotar medidas que pudessem diminuir a pobreza. Ora, foram conservadores da ordem que criaram o Bolsa Família  - lá no governo FHC… Lula,  fazendo então discurso genuinamente "de esquerda", chamou o programa de "esmola" para comprar a consciência dos pobres…
A disputa se dá em outro terreno. Se eu não fosse só um senhor que escreve textos - sei que é quase nada e assim continuarei -, aceitaria o desafio: João Pedro Stedile iria para a televisão defender o seu MST, fartamente financiado pelo governo Lula, e eu também iria. Sem usar um só adjetivo para desqualificá-lo, eu mostraria a sua obra em detalhes e quanto ela tem nos custado. Ele exibiria os seus heróis e mártires; eu exibiria as suas vítimas. Vamos ver o que é que as ONGs, os movimentos sociais e outras polícias do pensamento poderiam fazer diante da evidência - não de um discurso meramente ideológico - do que é verdadeiramente o MST.
Lula meteu a descriminação do aborto no Programa Nacional-Socialista dos Direitos Humanos? Certamente os brasileiros têm uma opinião a respeito, não é? Taí outro debate que "progressistas" não aceitam fazer com "direitistas" na TV. Vocês sabem por quê. Porque, com dados e evidências, é impossível ganhar. Só isso. Cito dois casos. Há outros tantos no terreno da organização da sociedade, do comportamento e dos valores que reduziriam ao silêncio essa gritaria histérica de ONGs, movimentos sociais e organizações dos sem-isso e sem-aquilo. Até mesmo o debate sobre a liberdade de expressão, que parece mais distante da massa, pode render um bom confronto.
Mas, com efeito, onde estão os conservadores? Na economia, eu diria que estão em todos os lugares - muito especialmente, no PT. E só por isto o país não foi pra breca: porque o PT, nesse particular, não é petista. Mailson da Nóbrega escreveu na VEJA e está certíssimo: o PT não mudou o Brasil; o Brasil é que mudou o PT  - na economia ao menos.  Na política e nas instituições (agora já sou eu de novo, não Mailson), ele continua caudatário daquele mesmo esquerdismo xucro que pretende substituir a sociedade pelo partido. Ou se aceita fazer a guerra de valores contra essa gente, ou há o risco de  assistirmos ao nascimento de um PRI com pandeiro.
E que se note: não estou me referindo a esta eleição que vem aí apenas. Estou falando de uma questão que é também de médio e longo prazo. No fim das contas, todos os partidos se tornam, vá lá, produtivistas, cheios de obras para mostrar, cada qual com seus corruptos etc. Mas quais valores os distinguem?
Entregue-se o resultado de uma pesquisa honesta sobre o que pensa  os brasileiros a um especialista estrangeiro que saiba pouco sobre o país, e ele dirá: "É um povo conservador". Não obstante, só temos "progressistas". Políticos atuam com medo da imprensa, acreditando que a média do pensamento nas redações corresponde à média do que pensa a população. Faça-se um discurso organizado em defesa da lei, da ordem (já vejo petralhas com urticária), dos valores cristãos (sim, eles mesmos!!!), do trabalho honesto, do DIREITO À SEGURANÇA, DO DIREITO À VIDA (em todos os seus estágios), e vamos para o confronto. Vamos ver quem ganha. EU ESTOU FALANDO DA DEFESA, NA PRÁTICA, DA DEMOCRACIA! NADA ALÉM DISSO!!!
E saúde? E educação? E transporte? O que tem isso? Por acaso algum partido se diz contrário aos benefícios sociais? Supor que essas são questões particularmente caras à esquerda é nada menos do que já ter sido seduzido ou abduzido por ela.  E nós não fomos. Talvez não já, mas daqui a pouco, preparemo-nos para o confronto. Em nome da democracia!
*
A surpresa para alguns
Quem já era leitor do blog certamente se lembrou: este texto é de
8 de fevereiro deste ano. Dilma nem sonhava ainda em liderar as pesquisas de opinião. Este escriba tinha claro que a, digamos, batalha administrativo-gerencial não devia ser o cavalo-de-batalha da oposição. O que se vê agora? Dilma é que decidiu apelar aos "valores" na reta final. Antes, era preciso fazer de conta que essas coisas não existiam. Afinal, o confronto "administrativista" era de seu absoluto interesse, já que o governo federal detém "a máquina".
Não estou entre aqueles que consideram a fatura liquidada, e vocês sabem disso muito bem, embora, obviamente, reconheça as enormes dificuldades da candidatura da oposição. Qualquer que seja o resultado, a história repete, em 2010, a lição que já fora dada em 2002 e em 2006: a guerra é de valores, não de obras. Minha análise, como se nota, nada tem de oportunista. Não esperei Dilma ultrapassar Serra nas pesquisas para escrever o texto. Em fevereiro, ele ainda vencia as eleições no primeiro turno.
O PT tem de ser enfrentado e confrontado no terreno da política — ou esse "PRI" de pandeiro na mão continuará a roubar até as bandeiras que seriam da oposição — depois de lhe ter roubado o passado.

21 agosto 2010

CATEQUESE DO PAPA: SÃO PIO X, MODELO DE PASTOR

Intervenção na audiência geral de 18.08.2010


CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 18 de agosto de 2010 (ZENIT.org) - Apresentamos, a seguir, a catequese dirigida pelo Papa aos grupos de peregrinos do mundo inteiro, reunidos no pátio do Palácio Apostólico de Castel Gandolfo.
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Queridos irmãos e irmãs:
Hoje, eu gostaria de falar da figura do meu predecessor, São Pio X - cuja memória litúrgica será celebrada no próximo sábado -, sublinhando algumas das suas características que também podem ser úteis para os pastores e fiéis da nossa época.
Giuseppe Sarto (este era seu nome) nasceu em Riese (Treviso), em 1835, de família camponesa. Após os estudos no Seminário de Pádua, foi ordenado sacerdote, aos 23 anos. Primeiramente, foi vice-pároco em Tombolo, depois pároco em Salzano, e mais tarde cônego da catedral de Treviso, com o cargo de chanceler episcopal e diretor espiritual do seminário diocesano.
Nesses anos de rica e generosa experiência pastoral, o futuro pontífice mostrou esse profundo amor a Cristo e à Igreja, essa humildade e simplicidade e essa grande caridade pelos mais necessitados, que foram características de toda a sua vida. Em 1884, foi nomeado bispo de Mantua e, em 1893, patriarca de Veneza. No dia 4 de agosto de 1903, foi eleito Papa, ministério que aceitou com hesitação, porque não se considerava à altura de uma tarefa como essa.
O pontificado de São Pio X deixou um traço indelével na história da Igreja e se caracterizou por um notável esforço de reforma, sintetizada no lema Instaurare omnia in Christo ("Renovar todas as coisas em Cristo"). Suas intervenções, de fato, abrangeram os diversos âmbitos eclesiais. Desde o começo, dedicou-se à reorganização da Cúria Romana; depois, aprovou os trabalhos da redação do Código de Direito Canônico, promulgado pelo seu sucessor, Bento XV. Promoveu, além disso, a revisão dos estudos e do iter de formação dos futuros sacerdotes, fundando também vários seminários regionais, equipados com boas bibliotecas e professores preparados.
Outro setor importante foi o da formação doutrinal do povo de Deus. Desde os anos em que era pároco, havia redigido ele próprio um catecismo e, durante o episcopado em Mantua, havia trabalhado para que se chegasse a um catecismo único, se não universal, pelo menos italiano.
Como autêntico pastor, havia compreendido que a situação da época, também pelo fenômeno da migração, tornava necessário um catecismo ao qual todo fiel pudesse referir-se, independentemente do lugar e das circunstâncias da vida. Como pontífice, preparou um texto de doutrina cristã para a diocese de Roma, que se difundiu depois em toda a Itália e no mundo. O Catecismo chamado "de Pio X" foi para muitos um guia seguro na aprendizagem das verdades da fé, por sua linguagem simples, clara e precisa e por sua eficácia expositiva.
Pio X dedicou uma notável atenção à reforma da Liturgia, em particular da música sacra, para levar os fiéis a uma vida de oração mais profunda e a uma participação nos sacramentos mais plena. No Motu Proprio Tra le sollecitudini (1903), afirma que o verdadeiro espírito cristão tem sua primeira e indispensável fonte na participação ativa nos sacrossantos mistérios e na oração pública e solene da Igreja (cf. ASS 36[1903], 531). Por isso, convidou a que se aproximassem frequentemente dos sacramentos, favorecendo a frequência cotidiana à Santa Comunhão, bem preparados, e antecipando oportunamente a Primeira Comunhão das crianças aos 7 anos de idade, "quando a criança começa a raciocinar", dizia (cf. S. Congr. de Sacramentis, Decretum Quam singulari : AAS 2[1910], 582).
Fiel à tarefa de confirmar os irmãos na fé, São Pio X, frente a algumas tendências que se manifestaram no âmbito teológico no final do século XIX e começo do XX, interveio com decisão, condenando o Modernismo, para defender os fiéis das concepções errôneas e promover um aprofundamento científico da Revelação, em consonância com a Tradição da Igreja.
No dia 7 de maio de 1909, com a carta apostólica Vinea electa, fundou o Pontifício Instituto Bíblico. Os últimos meses de sua vida foram difíceis, pelo começo da guerra. O apelo aos católicos do mundo, lançado no dia 2 de agosto de 1914, para expressar sua "áspera dor" daquele momento, era o grito sofredor do pai que vê os filhos enfrentando-se uns aos outros. Ele faleceu pouco depois disso, no dia 20 de agosto, e sua fama de santidade começou a difundir-se imediatamente entre o povo cristão.
Queridos irmãos e irmãs, São Pio X nos ensina que, na base da nossa ação apostólica, nos diversos campos em que trabalhamos, deve haver sempre uma íntima união pessoal com Cristo, que é preciso cultivar e fazer crescer cada dia. Este é o núcleo de todo o seu ensinamento, de todo o seu compromisso pastoral. Somente se estivermos enamorados do Senhor, seremos capazes de levar os homens a Deus e abri-los ao seu amor misericordioso, abrir o mundo à misericórdia de Deus.
[No final da audiência, o Papa cumprimentou os peregrinos em vários idiomas. Em português, disse:]
A minha saudação a todos os peregrinos vindos do Brasil, de Portugal e demais países lusófonos, com uma bênção particular para os alunos do Seminário do Verbo Divino, de Tortosendo: na vossa formação, empenhai-vos em seguir o exemplo dos grandes pastores como São Pio X, sendo sempre humildes e fiéis servidores da verdade. Que Deus vos abençoe!
[Tradução: Aline Banchieri
©Libreria Editrice Vaticana]

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Na disputa pelo terceiro mandato

via Reinaldo Azevedo | VEJA.com de Reinaldo Azevedo em 19/08/10

Leia editorial do Estadão:
Muito do que se vê no horário gratuito não é o que parece - a começar da expressão, que esconde o fato de que, no fim, a conta sobra para o contribuinte. Mas nada do que se mostra nos programas de propaganda eleitoral se parece tanto com conversa de vendedor de fitas piratas como o que o presidente Lula diz da candidata que escolheu solitariamente para ser a sua sucessora. A tal ponto ele se derrama em superlativos sobre as suas imbatíveis qualidades, que pode levar o espectador mais cético, ao modo do santo e da esmola, a desconfiar até dos atributos que ela haverá de ter.
O presidente que inventou o bordão do "nunca antes na história deste país" para se vangloriar dos seus presumíveis feitos sem precedentes usa agora na promoção de sua afilhada a mesma retórica da louvação sem limites. No primeiro programa em que roubou a cena como puxador de votos para Dilma, na terça-feira à noite, Lula mostrou como sabe ser excessivo. Numa fala gravada no Palácio da Alvorada, a residência oficial dos presidentes brasileiros - a lei, ora a lei -, ele jorrou: "Tem pessoas a quem a gente confia um trabalho, e elas fazem tudo certo. Estes são os bons. E há pessoas a quem a gente dá uma missão, e elas se superam. Estes são os especiais. Dilma é assim."
E Lula é assim, para surpresa de ninguém. Antes ainda de começar a campanha, ele já se gabava de que lhe bastara apenas uma primeira reunião com Dilma para ter a certeza, como tornou a repetir anteontem, de que havia encontrado "a pessoa certa para o lugar certo" - no caso, o Ministério de Minas e Energia. Mas ele não ficará propriamente zangado se o eleitor desprevenido entender que se trata do Palácio do Planalto. Até o final da maratona, em 30 de setembro, haverá muito mais do mesmo espetáculo em que tocará ao presidente o papel de fiador das virtudes de quem jamais disputou um voto e que só graças a ele lidera as pesquisas eleitorais.
Só que Lula é um artista tão consumado que consegue exercer esse papel de mais de uma maneira e em mais de uma circunstância. Há o Lula que prega o voto em Dilma como o seu avalista, e há o Lula que prega o voto em Dilma como vigia de seu eventual governo. Uma coisa e outra, naturalmente, para neutralizar as acusações da oposição. No dia da estreia da temporada na TV, em visita a Petrolina e Salgueiro, em Pernambuco, o presidente falou, primeiro, como se candidato fosse e, depois, como o "presidente-sombra" de Dilma que pretenderia vir a ser.
"A palavra não é governar. A palavra é cuidar. Eu quero ganhar as eleições para cuidar do meu povo", discursou para uma plateia de operários em um canteiro de obras da Ferrovia Transnordestina, em Salgueiro, "como uma mãe cuida do seu filho", numa alusão oblíqua a Dilma, cujo nome não pronunciou, para ela ficar sabendo que a mãe é ele e não ela. Logo adiante, citando o slogan de Obama "nós podemos", reiterou sua disposição de continuar: "Não apenas podemos, como gostamos e queremos continuar governando este país." Como fará isso explicou em Petrolina, onde visitou a Universidade Federal do Vale do São Francisco.
O mesmo Lula que mais de uma vez prometera "ir para casa" quando terminar o mandato e "não dar palpite na vida de quem está governando", agora avisa que está disputando seu terceiro mandato. Transformar-se-á numa "casca de ferida" para fazer a reforma política, além de se empenhar pela criação do marco regulatório do meio ambiente. Isso, de um lado. De outro, continuará a percorrer o País para ver no que deu o seu governo. "E, se tiver alguma coisa errada", advertiu, "vou pegar o telefone e ligar para minha presidenta e dizer "pode fazer, minha filha (sic), porque eu não consegui.""
Nada lisonjeiro para ela, sem dúvida. Mas isso pouco importa para o seu criador. O que importa, acima de tudo, é vender a criatura, ora argumentando, com lábia de ambulante, que "não há ninguém mais preparado do que ela para governar o Brasil", ora, contraditoriamente, deixando claro que ele estará nos bastidores do poder pronto para suprir as falhas que poderão acontecer pela inexperiência da "filha".
Nós nunca duvidamos dessa disposição de Lula. Resta saber qual será a reação de sua criatura quando - e se - estiver no poder.

O assassinato da política. Agora os isentos petistas acham que Serra foi “ag...

via Reinaldo Azevedo | VEJA.com de Reinaldo Azevedo em 19/08/10

Antevi aqui anteontem que não se diria por aí uma linha sobre o caráter escancaradamente autoritário e personalista da campanha petista na TV, em que um único homem, Lula, coloca-se como o donatário do povo, passando-o, mero objeto de seus desígnios — mas com sua concordância, em eleições que seriam meramente homologatórias —, para outras mãos, de sua inteira confiança. Ele próprio, avisou, andaria por aí a cobrar o que está errado, telefonando para a sua "presidenta" pedindo correções — seria, assim, o condestável da República. Dono do povo, é inventor de Dilma.
Batata! Não se disse um "a", nada, zero! Isso quer dizer que a quase totalidade da imprensa brasileira considera isso muito razoável — "democrático", diriam muitos. Essa gente chamava de "democráticas" até as eleições promovidas por Hugo Chávez — procurem e acharão. Em compensação, Serra apanhou barbaridade. Por quê? Por causa, justamente, de seu programa na TV.
Não acho que foi exatamente uma maravilha. Mas, ao menos, encontravam-se ali propostas concretas, compromissos assumidos, na área da saúde. Para o meu gosto pessoal, a campanha seria bem mais politizada — vamos ver os próximos dias. Qual a natureza da crítica quando feita de boa-fé? Serra teria se comportado como um candidato a ministro da Saúde (era um programa temático, é bom lembrar), não a presidente, faltando uma fala de apelo mais geral e abstrato. Tendo a concordar, sim, com aspectos dessa análise. A rigor, o eleitor de São Pulo viu que as campanhas de Serra e Alckmin, feita pelo mesmo marqueteiro, são muito parecidas, como eram em 2006. Há quatro anos, Serra tinha a eleição assegurada; Alckmin, não. Agora é o contrário. Se há uma mesma linha de campanha para quem lidera com folga e para quem está atrás nas pesquisas, a lógica sugere que algum ajuste se faz necessário — e não na campanha de quem lidera, é evidente.
Mas a crítica não enveredou por aí. Basta ler. Está em curso a pura depredação, a ânsia de liquidar logo a disputa, para fazer cumprir predições antigas de que Lula definiria o jogo, e ponto final! Li verdadeiras apologias à "superprodução" da campanha petista, tomada sempre como o oposto do suposto acanhamento da propaganda tucana — boa parte dos textos vazada entre o desdém (para um lado) e o triunfalismo (para outro). E a questão democrática? E o que cada uma das campanhas dizia no que concerne à política, aos eleitores? Nada! Nem uma linha. Serra estaria se negando, assim, a confrontar Lula, a fazer política etc. Então tá. Chegou a quarta-feira.
Debate Folha/UOL e a agressividade
Veio o debate Folha/Uol. Ele está no ar para quem quiser ver. O candidato tucano fez críticas ao governo, cobrou posições da candidata do PT; apontou incoerências — e foi alvo, igualmente, de críticas e cobranças. Estava ali, enfim, alguém de oposição. Foi o que bastou! Certo jornalismo (falo a respeito dele na seqüência do texto) sacou da algibeira a palavra "agressividade". Isto: Serra estaria sendo "agressivo" como reação, então, às pesquisas eleitorais. Embora a estrutura do debate fosse outra, repetiu o tom da atuação do debate feito na TV Bandeirantes.
Como se decretou a sua "agressividade" — acusação que, na verdade, partiu dos petistas  —, logo se buscou, como se diz, "repercutir" o que seria uma nova estratégia para enfrentar as más notícias nas pesquisas. Então é preciso ouvir pessoas que referendem a tese. E elas foram ouvidas. No Globo Online, quem endossava esse ponto de vista eram o "isentos" Marco Aurélio Garcia e Rui Falcão. Na Folha Online, Gaudêncio Torquarto, um articulista que está na área de influência de Michel Temer, vice de Dilma Rousseff.
E em que consistiu a "agressividade" de Serra? Ora, vejam o debate: em apontar o que considera falhas na administração — e se espera, afinal de contas, em todas as democracias do mundo, que o candidato da oposição o faça. Até outro dia, especialmente quando ainda não era candidato, o tucano era convocado para um bate-boca. Não com Dilma, candidata então só oficiosa, mas com Lula. Sim, queriam que Serra partisse para o confronto pessoal com quem não iria disputar eleições. Como ele declinava do convite, afirmava-se: "Estão vendo? Não quer se comportar como oposição!" Agora, quando decide confrontar, em tom bastante respeitoso (há o vídeo!), a candidata do governo, porque é a hora, aponta-se a "agressividade" que teria nascido da "adversidade".
Estado terminal
Não me lembro, desde que leio jornal — e já faz tempo porque comecei a militar com 14 anos — de uma imprensa, com as exceções de praxe, como a que leio agora. Em 1975, ainda sob forte censura, já dava para perceber uma dissonância ou outra, que se acentuou durante o processo de abertura. Vieram as eleições de 1982, as Diretas-Já, Sarney, as diretas propriamente, Collor, Itamar, FHC… E o jornalismo foi-se tornando cada vez mais crítico. Agora à distância, já dá para caracterizar algumas coisas: muitas das divergências eram, a partir de um certo momento, ação partidária. Só que "O Partido" chegou ao poder — e o que era contestação transformou-se em mera justificação do presente. Ocorre que "O Partido" tem valores. Serão valores democráticos? Já volto aqui.
Antes que o processo sucessório fosse deflagrado, definiu-se em amplos setores da imprensa e em alguns aparelhos que até chegam a se confundir com institutos de pesquisa que a sucessão, no Brasil, se daria segundo a vontade de Lula. A equação considerada fatal era esta: presidente muito popular faz seu sucessor, pouco importando se algumas democracias do mundo já demonstraram, na prática, que pode não ser assim. Basta que se recue no tempo — a Internet pode servir para derreter memórias, mas também pode servir para reavivá-las — e se verá: mesmo quando Serra vencia a disputa no primeiro turno, asseverava-se: "Vai mudar". E se estabeleceu uma doxa: Lula elege quem ele bem quiser. E o noticiário passou a perseguir esse futuro. Em muitos casos, esforçou-se para construí-lo. Era o caso de perguntar: "Eleições para quê? O fututo está selado!" Leiam a Folha de S. Paulo hoje: "Eleições para quê? O futuro está selado!"
Dilma, hoje, está na frente. Os analistas diriam, então, satisfeitos: "Viram como estávamos certos?" Porque, no passado, asseverava-se que tudo iria mudar, praticamente não havia notícia positiva para o tucano. Porque acabaram mudando, continua a não haver notícia positiva para o tucano, claro!, pouco importa o que ele faça e o que aconteça. É o que se viu no debate Folha/UOL: a superioridade de Serra no encontro ficou patente, embora Dilma Rousseff não tenha sido um deastre. Mas não! Isso jamais se dirá. Ao contrário: a candidata petista está despertando em certos círculos uma perversão intelectual inédita (vejam qual é no post abaixo deste). Desempenho de Serra? A Folha decretou a morte da candidatura tucana na edição desta quinta. Basta ler. Como se estabeleceu que ele vai perder, então não faz nada de certo ainda que faça, e os erros dela acabam se revelando… acertos.
Os valores
O debate político na imprensa encontra-se em estado terminal — e as exceções só evidenciam essa agonia. Entre a militância partidária, a submissão à patrulha e a mais assustadora ignorância — há gente cobrindo política que jamais leu um maldito livro a respeito; e, bem, ela também é uma ciência e congrega um saber —, sobra espaço para a torcida e para uma variante de assédio moral, que o PT exercita com rara competência.
O que importa que Lula se coloque como o "dono" do povo, doando-o, por vontade soberana — como o jingle e a propaganda deixam claro — à sua candidata? Que importa que esse tipo de pensamento tenha história, tenha uma filiação ideológica, tenha, em suma, passado? Que importa que isso seja, em si, a negação de princípios básicos da democracia? Nada importa! No fundo, boa parte vê o confronto eleitoral como a luta entre "progressistas" e "reacionários", ainda que notáveis e notórios reacionários sejam hoje garotos-propaganda daquele tipo de progressismo.
Encerro
Não vejo nada disso com olhos apocalípticos ou dou, sei lá, a causa por perdida. Não tenho causa nenhuma! Faço a crítica porque acho que meus leitores têm direito a esse debate e porque quero que esse registro fique como documento de um tempo.
E houve um tempo em que um candidato de oposição contestar uma candidata do governo foi considerado "agressividade". Houve um tempo em que "o pai do povo" anunciou que passaria o bastão para a "mãe do povo", e a quase totalidade do jornalismo político fez um silêncio cúmplice, rompendo-o apenas para atacar o candidato da oposição. Não que ele não possa ser atacado. Claro que pode!
Mas quais são os valores que pautam, num caso, o ataque e, no outro, o silêncio? Entre petistas, ignorantes e covardes, os covardes são o pior tipo, como sempre. Afinal, os petistas sempre sabem o que fazem; os ignorantes nunca sabem o que fazem; e os covardes fingem não saber, fazendo.