Governo Lula "perdeu noção do que pode e do que não pode"
via VEJA.com: Blog | Reinaldo Azevedo de Reinaldo Azevedo em 11/01/09
Na Folha:
Antecessor de Celso Amorim à frente da diplomacia brasileira, Celso Lafer condena o giro do atual chanceler pelo Oriente Médio e acusa o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de se guiar por uma política externa que "promete muito e faz pouco."
"A viagem que o ministro Celso Amorim está fazendo pelo Oriente Médio é uma forçação de barra que não faz nenhum sentido. Revela um protagonismo destituído de substância", disse à Folha Lafer, que foi ministro das Relações Exteriores sob os governos de Fernando Collor (1992) e Fernando Henrique Cardoso (2001-02).
O ex-ministro afirma que, se ainda estivesse à frente do Itamaraty, lançaria apelos pelo fim da violência e enviaria ajuda humanitária, a exemplo do que Amorim fez, mas "em hipótese alguma" tomaria a decisão unilateral de ir à região para fazer gestões diretas com os protagonistas.
"No máximo, me colocaria à disposição para ajudar no que pudesse", afirma.
Para Lafer, jurista de formação e autor de vários livros sobre relações internacionais, as tentativas do governo brasileiro de ter voz no Oriente Médio mostram que "o Brasil não tem nenhuma noção do que pode e do que não pode".
"Nenhum dos demais países emergentes -China, Índia e Rússia- está tomando iniciativas exageradas como as do Brasil", diz o ex-chanceler, que enxerga um paradoxo nos rumos da atual diplomacia brasileira.
"Me parece curioso que o atual governo brasileiro, que se omitiu na crise das papeleiras entre Uruguai e Argentina, na qual realmente poderia e deveria ter desempenhado um papel construtivo, busque agora atuar no Oriente Médio", diz o ex-ministro.
Antecessor de Celso Amorim à frente da diplomacia brasileira, Celso Lafer condena o giro do atual chanceler pelo Oriente Médio e acusa o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de se guiar por uma política externa que "promete muito e faz pouco."
"A viagem que o ministro Celso Amorim está fazendo pelo Oriente Médio é uma forçação de barra que não faz nenhum sentido. Revela um protagonismo destituído de substância", disse à Folha Lafer, que foi ministro das Relações Exteriores sob os governos de Fernando Collor (1992) e Fernando Henrique Cardoso (2001-02).
O ex-ministro afirma que, se ainda estivesse à frente do Itamaraty, lançaria apelos pelo fim da violência e enviaria ajuda humanitária, a exemplo do que Amorim fez, mas "em hipótese alguma" tomaria a decisão unilateral de ir à região para fazer gestões diretas com os protagonistas.
"No máximo, me colocaria à disposição para ajudar no que pudesse", afirma.
Para Lafer, jurista de formação e autor de vários livros sobre relações internacionais, as tentativas do governo brasileiro de ter voz no Oriente Médio mostram que "o Brasil não tem nenhuma noção do que pode e do que não pode".
"Nenhum dos demais países emergentes -China, Índia e Rússia- está tomando iniciativas exageradas como as do Brasil", diz o ex-chanceler, que enxerga um paradoxo nos rumos da atual diplomacia brasileira.
"Me parece curioso que o atual governo brasileiro, que se omitiu na crise das papeleiras entre Uruguai e Argentina, na qual realmente poderia e deveria ter desempenhado um papel construtivo, busque agora atuar no Oriente Médio", diz o ex-ministro.
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Marcadores: política
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