20 janeiro 2011

Como sempre, o PT chega à verdade depois dos outros; pesquisa da CNA já havia apontado o desastre do modelo de reforma agrária em curso


Os petistas costumam descobrir a verdade sempre depois de seus adversários: enquanto vivem na escuridão, mobilizam a sua máquina de ignorância propositiva contra… os fatos. A senador Kátia Abreu (DEM-TO), presidente da CNA, encomendou ao Ibope, em 2009, uma pesquisa sobre os assentamentos.
A realidade é um pouco pior do que aquela apontada pelo Incra:
- 72,3% dos entrevistados afirmam não gerar renda na propriedade adquirida;
- 72% ganham até dois salários mínimos por mês (renda que não sai da terra);
- 47,7% disseram não produzir nem o suficiente para sustentar suas famílias;
- 37% não produzem absolutamente nada;
- 24,6% produzem apenas o suficiente para a subsistência.
Há outros dados verdadeiramente escandalosos:
- 46% dos assentados compraram suas terras ilegalmente de terceiros;
- 75% não têm acesso aos programas de crédito do governo.
À época, comentando a pesquisa (íntegra), Kátia Abreu observou: “Se há coisa que não aprendemos a fazer, infelizmente, foi reforma agrária”.
O modelo está esgotado. Escrevo sobre o assunto desde 1996. Naquele ano, em reportagem de capa para a revista República, constatei que o MST era um movimento eficiente para produzir ideologia, não para fazer reforma agrária. Em agosto de 2003, a revista Primeira Leitura tentou saber onde estavam os ditos “sem-terra”. Não os encontrou. Stedile tinha mobilizado trabalhadores urbanos, que não sabiam plantar um pé de couve, para a sua batalha. E mandamos ver na capa: “Os sem-terra não existem”.

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