05 setembro 2009

A NOVA CPMF - A COVARDIA ESSENCIAL DO PT

via Reinaldo Azevedo | VEJA.com de Reinaldo Azevedo em 04/09/09

Os governistas estão empenhados em criar um novo imposto para financiar a saúde, que chamam, como de hábito, de "contribuição". A canalhice eufemística do Brasil é de dar nojo. Contribuição, que eu saiba, é voluntária. Se não tenho escapatória, se sou obrigado a repassar uma parte do meu dinheiro ao governo, então não contribuo porcaria nenhuma; eles é que me impõem o pagamento. A natureza do imposto é ser imposto — essa gente ainda vai me obrigar a fazer poesia concreta…
O garoto-propaganda da medida, para não variar sempre que uma idéia ruim circula mais do que vírus da gripe suína e mosquito da dengue, é José Gomes Temporão, ministro da, por assim dizer, Saúde. O resumo da ópera é o seguinte: Lula enfia a mão nos cofres, vai sacando a descoberto do futuro, com o auxílio pressuroso de Guido Mantega e o aporte intelectual, imaginem!, de Paulo Bernardo, e depois quer bater a nossa carteira em nome dos doentes. O governo gasta com os seus barnabés gorduchos de estrelinha, e nós ficamos responsáveis pelas moléstias.
Foi de lascar ver ontem gente como José Múcio e Aloizio Mercadante a afirmar que é preciso haver uma nova "contribuição" para a Saúde, mas que o governo só proporia algo parecido se as oposições topassem de antemão. Mercadante, cada vez mais irrevogavelmente Mercadante, até sugeriu que a iniciativa partisse delas.
Deixe-me ver se entendi a tese. Quando o assunto é pré-sal, as oposições que se danem. O projeto segue em regime de urgência, e ninguém dá a menor pelota para aqueles coitados. Como disse Eduardo Campos, se preciso, eles vão para o voto e ganham porque têm maioria. Mas, se é o caso de criar um novo imposto, bem, aí o governo só aceita se for com o consentimento prévio dos adversários.
Olhem que covardia arrogante, orgulhosa de si mesma! O PT não aceita o ônus de governar. Ora, se a Saúde precisa mesmo desse dinheiro, que venha a público para convencer a população. Mas quê… Aí o partido se omite. O problema passa a ser "da sociedade".

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