01 fevereiro 2009

POR PACHAMAMA!!! AMEAÇA DE RACHA NO FÓRUM DE ABYA YALA! TODO APOIO A AL BIHD...

 

via VEJA.com: Blog | Reinaldo Azevedo de Reinaldo Azevedo em 31/01/09
Perigo!

Há algumas dissensões entre os morubixabas de Abya Yala — pô, vocês sabem, é "América Latina" na língua indígena Kuna, pré-colombiana. Bons tempos aqueles!!! Éramos, os nativos, felizes, com o nosso próprio sistema de discriminação e liberdade para dar a melhor destinação às nossas virgens. Para quem não sabe, "Abya Yala" é como os "bolivarianos" chamam o subcontinente. Mas vamos ao caso.

O comando do Fórum Social Mundial está dividido entre a turma do miolo mole e a turma do miolo duro. Os ongueiros querem que o dito-cujo continue assim, com essa miríade de esquisitos vindos de todo lugar do planeta, prontos a desregrar os sentidos numa semana, embalados pelo estímulo de 600 mil camisinhas. Exorcizam-se os demônios, cumprem-se os rituais, queimam-se os matos todos que abrem caminhos para as realidades incorpóreas, saúdam-se Pachamama e outros deuses com touca de lhama e flauta de bambu, e todo mundo volta pra casa. Ou espera o Carnaval, para dar melhor uso às plumas supostamente indígenas compradas nos camelôs.

Há quem não queira, em suma, que o fórum adote posições rígidas sobre nenhum assunto. Um dos expoentes dessa corrente é o ex-empresário de brinquedos Oded Grajew, que hoje brinca de fabricar entidades do terceiro setor — uma delas vive espalhando dados errados sobre a cidade de São Paulo. Ele Já foi assessor especial de Lula. Tão especial, que ninguém sabe até hoje que diabos ele fazia ou em que área dava assessoria. Nem o Apedeuta descobriu. Acabou dispensando os seus conselhos.

Mas a ala stalinista quer, como se dizia no mundo jurássico, "tirar posições" no Fórum. O professor Al Bihdu Emir Sader, chefe de um país mental chamado Emirados Sáderes, é um dos que combatem, com o miolo enrijecido, a turma do miolo mole. E até falou com a Folha naquele estranho idioma que tão bem o caracteriza: "É um dilema essencial do fórum a decisão de permanecer na intranscendência do intercâmbio de experiências a cada ano ou dois anos ou avançar na construção de alternativas". No país de Sader, basta que se coloque o prefixo "in" antes de qualquer substantivo, e já se cria o antônimo da palavra.


Dois outros chegaditos à esquerda heavy metal — o francês Bernard Cassen e o português Boaventura de Souza Santos — estão com Sader. Boaventura diz: "Se o mundo não puder conhecer a posição do FSM [sobre questões como o conflito em Gaza ou as saídas para a crise global] é de prever que o FSM corra o risco de se tornar irrelevante". Sei...

UM: ele acha o fórum relevante;

DOIS: ele acha que não sabemos qual é a "posição" da turma sobre Gaza, por exemplo. Sabemos: de quatro para o Hamas! Que português mais sem graça...

Nós, que não temos nada com isso, devemos torcer para que prevaleça qual ponto de vista? Ora, o dos stalinistas. Porque, assim, essa porcaria seria logo extinta, e se deixaria de queimar, junto com os matos, dinheiro público. A chance de sobrevivência desse troço está justamente na "intranscendência" que Al Bihdu Emir Sader condena. E a razão é simples: nenhum estoque no mundo é reposto com tanta rapidez como o dos malucos e idiotas.

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